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O caos instalado numa das artérias principais da cidade de Lagoa

Iniciaram-se no dia 26 de Outubro as obras de requalificação, desde o Largo Alves Roçadas até ao final da Rua Coronel Figueiredo, da responsabilidade da Câmara de Lagoa, que levarão cerca de 90 dias a serem concluídas.

Estamos a falar de meses de inverno e com intempéries, e talvez a duração de 90 dias seja ultrapassada.

Durante todo esse período as obras irão prejudicar o negócio de cerca de trinta comerciantes e o Mercado Municipal. Os funerais com destino ao cemitério terão de percorrer cerca de 50% do seu trajeto por ruas em contramão, acompanhados por autoridades policiais.

Todos os comerciantes se encontram descontentes com a situação, visto já estarem a ser prejudicados pelas grandes quebras das suas receitas. “Até quando vamos nós aguentar este desaire?” - disse um dos comerciantes da área abrangida pelas obras. E é verdade, os comerciantes que têm de pagar as suas rendas, os seus impostos, os seus empregados, assumir os seus compromissos, como irão suportar estes dias de amargura?

Estas obras abrangem o levantamento de todo o asfalto das ruas, como a remoção dos passeios numa área de 4 820 m2, e cerca de 300 metros de comprimento. Como irão as pessoas fazer as suas compras durante 3 meses ou mais?

Depois de se terem iniciado as obras, com as ruas completamente obstruídas, infelizmente não há outra forma senão esperar pacificamente, como um bom português, pelas suas conclusões. Mas até lá, como irão aguentar os comerciantes esta angústia? É que se trata de um momento natalício, onde as pessoas procuram adquirir produtos necessários e a condizer com a época. E é precisamente nesta altura que os comerciantes conseguem aliviar as suas contas, minimizando as dificuldades que tiveram ao longo do ano.

E assim se provoca, desta forma, o afastamento das pessoas do comércio tradicional para as grandes superfícies comerciais.

Pelo que sabemos, só três entidades com negócio neste perímetro de obras foram contactadas, a Caixa Geral de depósitos, os CTT e a Santa Casa da Misericórdia de Lagoa. Os restantes não tiveram direito a uma opinião. O que é imperdoável.

O Bloco de Esquerda de Lagoa considera que estas obras poderiam ser executadas em três fases, o que deixaria de prejudicar drasticamente os comerciantes. Cada área intervencionada iria abranger um menor número de lesados, e menos tempo levariam com a obra à frente das suas entradas. O executivo camarário poderia afirmar que a obra ficaria mais dispendiosa, se  executada por fases. Mas se a Câmara Municipal é a mais interessada na requalificação, não poderia suportar tal acréscimo, minimizando os prejuízos dos comerciantes? Os comerciantes poderão encerrar portas, mais algumas lojas fechadas em Lagoa, mas a Câmara continuará a receber receitas do erário público, não encerrando a sua porta.

Sabemos que os espaços públicos têm que ser modificados, requalificados, mas com cabeça, tronco e membros. Estamos a um ano das eleições autárquicas, há que fazer e apresentar obra palpável a todo o custo, doa a quem doer, menosprezando pessoas que há muito tempo se dedicam ao desenvolvimento da cidade e concelho de Lagoa.

O Bloco de Esquerda de Lagoa vem repudiar, de forma veemente e publicamente, a atitude prepotente do executivo camarário face à realização das obras em questão.

 

Lagoa, 7 de Novembro de 2016

O Bloco de Esquerda de Lagoa